domingo, 29 de novembro de 2009

TV de Domingo e de todos os outros dias...


Domingo, estou sentado ao sofá, sem show, sem festa, sem lembranças de ontem. Vejo-me preso ao controle o remoto que me remete ao outro lado da sala. A caixa mágica brilha e vomita palavra para me entreter. O delírio é perceber que nem tudo é o que parece ser.

Perambulo por canais, mas nada para assistir. Em um canal produtos pra vender, - Até que o relógio é bonito...

Em outro canal, um cara humilhou o outro e as pessoas em voltam riram disso. Apertando novamente o controle, pessoas estão falando algo de um ator sobre um filme que eu não vi. Tem o jornal passando violência. Está passando uma série nova com velhos assuntos. Pessoas que não tem o que acrescentar presas numa casa sem nada pra fazer. Apresentadores brigam pela sua audiência.

É melhor procurar um bom livro para ler, ou sair para visitar uns amigos, quem sabe ir à praia, se o Sol abrir mais tarde.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Políticas sobre a liberdade de expressão no Brasil.


Nessa semana, conforme apresentado em jornais de grande circulação, um texto aprovado pelo diretório nacional do PT defende o controle público dos meios de comunicação e a criação de mecanismos de sanção à imprensa. No documento, intitulado "Resolução Sobre a Estratégia Petista na Confecom (Conferência Nacional de Comunicação)", o PT também defende mudanças no atual modelo de outorga de concessões no setor de comunicação que, segundo o partido, é anacrônico, autoritário e "privilegia grupos comerciais em detrimento dos interesses da população". “Esses modelos permitem a uns poucos grupos empresariais - muitas vezes associados a fortes conglomerados estrangeiros - exercer o controle quase absoluto sobre a produção e veiculação de conteúdos informativos e culturais”, diz o texto.

Nessa mesma semana, foi apresentado para uma platéia restrita o filme "Lula, o Filho do Brasil". O mesmo será lançado em rede nacional ano de eleição para suceder Lula. O filme não possuí dinheiro público, quem financiou a produção foram empresas privadas que não recorreram a leis de incentivo para fazê-lo. Empresas como AmBev, Camargo Corrêa, Embraer, Suez, Nestlé, OAS, Odebrecht, Oi e Volkswagen são algumas. O empresário Eike Batista contribuiu com R$ 1 milhão como pessoa física. Financiar esse filme é mais ou menos como contribuir com campanhas eleitorais. As empresas e os empresários o fazem com seu próprio dinheiro, mas buscam, é claro, abrir canais com o político financiado, manter um bom relacionamento ou sei lá mais o quê.

Acredito na relação destes acontecimentos, mas só poderemos ter um quadro geral da situação mais em longo prazo. Existe uma forte preocupação da mídia quanto, para que não ocorra o que vemos em alguns países da América Latina - e a Venezuela é um exemplo claro - é o crescimento de uma visão autoritária, centralizadora e antidemocrática. Bom, vamos ficar antenados para os próximos acontecimentos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Já que tem Copa em 2014 e Olimpíadas em 2016,a gente bem que podia enforcar 2015...né?



Já não bastando da Copa do Mundo em 2014, o Rio de Janeiro foi eleito para sede das Olimpíadas de 2016, uma pergunta é pertinente: o que ficará de bom para população depois dos Jogos?

Para podermos mensurar podemos considerar um pouco da história recente do país.


Pan 2007


Em 2007, os Jogos Pan-Americanos passaram sem deixar nenhum legado.

Antes de 2007, os organizadores do Pan (os mesmos da Olimpíada) apregoavam melhorias expressivas na cidade, com obras de infra-estrutura e o uso freqüente das instalações por crianças de comunidades carentes. Nada disso aconteceu. O metrô até a Barra não saiu do papel. Vários equipamentos do Pan ficaram às moscas, como o Parque Maria Lenk, localizado no complexo do Autódromo de Jacarepaguá.

O Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, pode ser citado como exemplo de má utilização. Foi arrendado ao Botafogo e sua pista de atletismo, referência na América Latina, ficou mais de um ano inativa. Na mesma relação estão o Velódromo e a Arena Multiuso, que abrigou ginástica artística e basquete no Pan e, depois dos Jogos, mudou de mão.

Eco - 1992

17 anos se passaram e o tempo parece ter estacionado desde que o Rio de Janeiro abrigou a histórica conferência da Organização das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, a Eco-92. Na ocasião, os tanques do Exército tomaram as ruas para garantir a segurança das centenas de chefes de Estado e de ambientalistas, parlamentares, empresários e cientistas presentes à reunião que definiria o futuro da humanidade.

Rio de Janeiro, 18/01/1992 - Exército nas ruas, barricadas, metralhadoras, cami… tanques?

Relato de indignação em blog da época:
"Hoje me senti na Bósnia,ou no Iraque. Por conta disso levei 3 horas para chegar ao trabalho,pois as principais avenidas estavam fechadas para a passagem dos Presidentes para a bendita reunião do Mercosul. O que você acha de toda uma população ficar presa num trânsito tremendo por causa de meia dúzia de Chefes de Estado?"


* * *

Com um histórico assim e sem uma perspectiva de que será diferente dessa vez, espero que o Governo tome uma atitude que faça mudar a minha opinião, espero...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Arroz, feijão, banana e laranja.

É direito de qualquer cidadão possuir três refeições por dia. É um dever do Estado garantir isso. Infelizmente não conheço nenhuma iniciativa, onde qualquer cidadão, independente de raça, credo ou cor tenha esse seu direito atendido.
Nisso proponho uma solução seguindo o exemplo de povos anteriores aos nossos onde havia pouca comida e ninguém passava fome, pois seus direitos eram atendidos. Povos antigos como Esparta e outros povos romanos tinham como cultura fazer as refeições em praças públicas, onde a comida era distribuída e dividida de forma que todos tinham acesso a alimentação.

Proponho, para começar, que em cada praça pública deste país seja feita uma mesa onde todos os dias, almoços fossem servidos e todos tivessem o direito ao seu prato de comida, garantindo assim, pelo menos uma refeição diária decente. Começaríamos com um prato de arroz e feijão, com frutas como banana e laranja como sobremesa e copo de água para beber. Cada pessoa deveria pegar seu prato assim lavá-lo ao final da refeição.
Os restaurantes não perderiam seus clientes visto que a alimentação pública é básica e quem tem condição de comer refeições diferenciadas que vá a um restaurante. Os produtos vão continuar tendo saída, pois o Estado necessitará comprá-los para prover a alimentação. A sociedade poderá efetivamente ver seu dinheiro sendo aplicado para um fim de evolução da população.

Com o tempo serviremos café da manhã e jantar de forma a atingir as 3 refeições diárias, mínimo que o governo deveria atender a população. Quem quiser divulgar essa idéia, faça-o, nem precisa dizer da onde veio, pois só em ver o povo deixar de passar fome já me deixaria muito satisfeito.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"Você que está ai sentado, levante-se.
Há um líder dentro de você, governe-o, faça-o falar."

...........................................................Chico Science

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Democracia é a solução?

Depois de pesquisar, percebi que não posso falar desse tema sem mencionar diversos autores que falam sobre ele, muito menos dizer o significado da "democracia moderna", visto seus vastos seguimentos, logo firmo este primeiro post sobre o assunto em algumas idéias de Platão sobre a democracia.

Conforme descrição do dicionário Aurélio democracia é: "Governo do povo; soberania popular; democratismo.". A principio acreditamos ser muito justo que todos possam dar sua opinião para que seja feita a escolha mais acertada, porém, quando paramos e colocamos em exemplos práticos vemos que não é bem assim.

Quando estamos doentes fazemos uma enquete com um grupo de pessoas para saber qual o remédio certo devemos tomar? Não! Consultamos um especialista no assunto, neste caso um médico, alguém que estudou para esta tarefa e deverá ter uma visão mais acurada dos sintomas que você apresenta. A opinião de uma enquete neste caso torna-se um risco a própria saúde.

Quem avalia o merecedor de um determinado prêmio, por exemplo, um prêmio de trabalhos científicos de física? Fazemos uma votação com todas as pessoas sem distinção para isso? Não! Existe um grupo de físicos, pessoas especializadas no assunto para avaliar qual o melhor trabalho e merecedor do prêmio. Não é possível um grupo que não tenha um conhecimento profundo em física definir qual é o melhor trabalho de forma correta.

E um político? Quem deve escolher um político? Para isso, primeiro precisamos pensar em qual é a formação ideal para está pessoa. Difícil não? Pois, a maioria quase que absoluta não faz idéia das reais obrigações de um político nem o que determinados cargos significam. Se não sabemos o que ele deve fazer nem quais as suas responsabilidades, como podemos definir quem é a pessoa apropriada?

O filósofo Platão não acreditava na democracia como uma forma de governo competente. Para ele está era uma das piores formas de governo, um governo sem valores. Acredito, assim como ele, que uma sociedade para almejar um crescimento deve ser cercada de valores e que nossos representantes devem possuir esses valores para dar o exemplo e direcionar a nação para os melhores caminhos. Infelizmente a sociedade atual não consegue ver ou não procura essas características ao selecionar um novo representante, nem quais as atribuições dos mesmos, tornando a sorte nosso único recurso na escolha do candidato.

Tomara que a sorte esteja conosco...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Projeto de governo contras os "fichas-sujas".

Lendo o jornal, no caminho habitual para o trabalho, deparei-me com a notícia de um projeto que proíbe a candidatura de pessoas com processo na justiça. Na nota, as principais causas da solicitação são garantir a "idoneidade moral" e a "reputação ilibada", o que considero ser muito justo, afinal um representante do povo deve ser um exemplo para o mesmo.

Não é a primeira vez que tentam realizar um projeto desses. Na ultima, em meio a polêmicas, foi derrubado. Segundo a nota, este projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e segue para análise da Câmara.

É bom saber que tem gente no governo tentado arrumar a casa, mas acredito ser pouco provável que um projeto como este entre em vigor. As eleições estão chegando, não devemos esquecer o passado dos nossos candidatos para saber escolher quem melhor pode nos prestar esse serviço num breve futuro.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Escola! Para que serve?!



Em 2007 fiz um curso de licenciatura, onde era obrigatório o estágio em escolas. Como queria realmente conhecer a realidade de uma sala de aula me propus o seguinte compromisso: estagiar 6 meses e uma escola particular de classe média, classe média alta, na zona sul do Rio e os outros 6 meses em uma escola pública. Como o objetivo era comparativo, claro que peguei turmas da mesma série nas 2 escolas.

Bem, escola 1, particular, zona sul, mensalidade alta!!! O colégio é impecável, aulas começam no horário. Uma burocracia enorme para conseguir estagiar lá. O ensino é muito bom, os professores são ótimos! A relação professor aluno é tranqüila (até algum aluno ser contrariado). Na verdade a relação é de” igual-para-igual”. Eu, como estagiária, não podia dar aula sem a presença do professor. A educação dos alunos é questionável. Celulares tocam durante as aulas, eles conversam, respondem o professor. A aprendizagem é boa, as notas são razoáveis...

Escola 2, Estadual (Rio de Janeiro), zona sul, noturna. O estado da escola já assusta!!! Paredes pichadas, portas quebradas, sem a menor estrutura! O sinal toca e nenhum professor se meche!!! Depois de uns 20 minutos eles começam a ir para as salas. Os alunos não se manifestam muito, alguns continuam do lado de fora, outros dormem na sala. Quando comecei a estagiar La, a professora que eu acompanhava foi viajar com a família e eu fiquei quase 1 mês dando as aulas. E foi muito triste. A série era a 8ª! E eles não sabiam NADA! Não sabiam escrever, interpretar o texto. Eles não conseguiam entender uma fórmula simples como Velocidade= espaço/tempo. E não entediam mesmo. As avaliações eram super facilitadas, mas não adiantava! A gente entregava a prova e as perguntas vinhas “professora, o que é Cite”, “professora, como correlaciona coluna”. Alguns eram muito esforçados. Outros não davam a mínima importância. A figura do professor não representa muita coisa para eles, mas quando você demonstra um pouco de carinho a postura deles muda. Eles não sabiam conceitos escolares básicos, e isso me chocou.

Concordo com a idéia de que um adolescente, com o poder aquisitivo mais alto, tenha mais ensinamentos. Ele poderá ter aula de alemão, francês, poderá fazer outros esportes como esgrima, ou freqüentar um clube de futebol mais elevado. Mas é inadmissível que seja negado a uma criança, por ela não ter dinheiro, a educação MÍNIMA. Na lei temos as LDBs (lei de diretrizes e bases da educação) onde está escrito o mínimo que TODAS AS ESCOLAS têm quem ensinar para seus alunos! A base da educação. A escola pode fazer MAIS do que está escrito lá, mas não pode, por lei, fazer MENOS! E isso acontece, pois nesta escola pública estava sendo feito MUITO MENOS!

Conveniente?! É interesse do nosso sistema ensinar que é desfavorecido?! Vamos analisar! O aluno da escola 1 tem educação. Ele aprendeu o que ser cidadão, ele sabe o que são impostos, sabe a função de um governante. Ele passa as férias no exterior e sabe que no Brasil as coisas não são boas. Mas ele está em uma situação boa, ele tem dinheiro, bens, plano de saúde, escola particular, terá, certamente, um emprego no futuro... não precisa mudar nada para ele!

O nosso aluno da escola 2! Para esse está tudo ruim! Ele mora em um lugar inabitável, não come bem, não tem hospital, a escola está caindo aos pedaços, o pai é desempregado, a mãe faz alguns bicos! Ele trabalha de dia e estuda de noite! Não passa no vestibular e provavelmente terá um subemprego. Imagina o risco que esse menino não representaria para seus omissos governantes se ele tivesse instrução!!! Imagina se ele soubesse ler, escrever e interpretar! Se ele soubesse o significado de conceitos básicos como cidadania, governante, imposto, público. Ele teria onde reclamar toda essa insatisfação. Ele saberia onde ir e com quem falar! E falaria! E essa base da nossa pirâmide, que é enorme, iria reivindicar. Então é melhor mante-los assim, ignorantes! É mais seguro!
Li um trabalho fantástico que mostra isso muito bem:

Do projeto político do Banco Mundial ao projeto político-pedagógico da escola pública brasileira

Maria Abádia da Silva

Doutora em educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UNB). E-mail: abadia@unb.br
“Nesta política de poder e de edificação de uma outra ordem geopolítica, econômica e social não há espaço para neutralidades, mas, sim, para os interesses. Não é um jogo para amigos e entre amigos. É um jogo de política de poder em que países ricos subjugam países em desenvolvimento. É um jogo em que há o predomínio concreto das nações avançadas, decididas a apropriar-se das riquezas sociais e ambientais dos países devedores. O crescimento é do capital e não do desenvolvimento humano e social. As relações são assimétricas, com forte tendência para desconsiderar os meios multilaterais de diálogo entre as nações.”

“Penso que é necessário, coletivamente, contrapor-se aos mandos e desmandos dos "iluminados" e recolocar o projeto político-pedagógico como um dos elementos da gestão democrática, de emancipação e justiça social. Contrapor-se e ousar é preciso!”
Contrapor-se e ousar é preciso! Escola não é veículo de manipulação! Não é o motor para alavancar o interesse dos mais favorecidos!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Questionar "dá trabalho"


A curiosidade, necessidade de entendimento e conhecimento de causas são características inerentes ao ser humano. Crianças não ficam sem respostas! Não se conformam com entendimentos vagos! Não querem explicações superficiais! Mas por que perdemos essa necessidade quando ficamos adultos? Por que aceitamos as coisas como nos são ditas? Por que acreditamos no que vemos e no que ouvimos?

Questionar é difícil... demanda tempo, estudo, gera frustração, inquietação. E as conclusões geralmente são negativas. Geralmente está errado, está manipulado, está distorcido.

Eis o grande motivo para perdermos a vontade de questionar! Tempo é dinheiro, já estudo muitas coisas e já está tudo tão ruim, para que me chatear mais?! Dá trabalho questionar!!!

A novela me distrái, o jornal me informa, a propaganda me mostra o produto, o mendigo é um vagabundo, o ladrão tem que morrer, a escola tem que educar, e o governo? Disso eu nem comento porque nada pode ser feito... viro um apolítico! Para que questionar? Se não vou poder mudar nada?!

Pensamentos como esses movem a nossa sociedade e fazem a engrenagem do sistema girar sem bloqueios.

Todos reclamam, mas poucos questionam! Todos sabem que está ruim, mas poucos querem ver o motivo! E ele, geralmente, é muito claro!